No Brasil, ao longo de 7.367 km de costa marinha, é possível encontrar mais de 2 mil embarcações afundadas, sendo possível visitar grande parte delas.
História, charme e mistério. Esses são alguns aspectos que tornam os navios naufragados uma das atrações subaquáticas que mais atraem mergulhadores em todo o mundo. No Brasil, ao longo de 7.367 km de costa marinha, é possível encontrar mais de 2 mil naufrágios, de acordo com o Sistema Nacional de Naufrágios (Sinau). Grande parte deles pode ser visitada em passeios de mergulho.
O mergulho é uma das atividades mais frequentes do turismo de aventura. Essa modalidade tem ganhado força na cultura nacional e espaço entre aqueles que optam por estar em contato intenso com a natureza por meio de exploração, curiosidade e busca por adrenalina.
Conhecida como Santuário Marinho Ecológico, a Ilha das Cabras, por exemplo, é um dos principais pontos de mergulho em Ilhabela e é um dos locais do litoral norte de São Paulo mais procurados para essa atividade. Além disso, o mergulho em naufrágio Aymoré é uma das atrações que encantam os turistas.
Para mergulhar e conhecer navios naufragados nem sempre é preciso ter experiência ou certificação de mergulho. Isso vai depender do tipo de passeio e da atividade.
Para quem deseja explorar naufrágios por dentro, é preciso ter uma especialização. Com o certificado de wreck diver, expedido pela Professional Association of Diving Instructors (PADI), o mergulhador é habilitado a mergulhar no interior de uma embarcação nessas condições.
No Brasil, há opções de naufrágios para mergulhadores profissionais e iniciantes. A lista a seguir inclui destinos nos litorais dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e em Fernando de Noronha.
Cargueiro Aymoré
De nacionalidade brasileira, o cargueiro Aymoré foi construído em 1883. A embarcação foi vítima da neblina de Ilhabela em 1920 e ficou encalhada na Ponta do Ribeirão, próximo às ilhotas dos Moleques, localizadas na entrada do Canal de São Sebastião. Depois de diversas tentativas de resgate, sem nenhum resultado, Aymoré foi abandonado e teve perda total declarada.
Naufrágio do Pinguino
Nas proximidades da Ilha Grande, situada em Angra dos Reis, município do Rio de Janeiro, o cargueiro panamenho Pinguino pegou fogo devido a um curto-circuito. O barco não pôde ser salvo e foi deixado para afundar, o que levou aproximadamente dois dias.
Esse é um dos naufrágios mais famosos no Brasil, sendo bastante visitado tanto por mergulhadores veteranos quanto por iniciantes. Está localizado a 18 metros de profundidade e a visibilidade favorável da água no local – que pode chegar a 15 metros – faz com que a contemplação do navio seja ainda melhor.
O Pinguino está “tombado”, ou seja, de lado. Embora a estrutura seja frágil, sem recomendação para adentrar o navio, ele parece intacto por fora.
Naufrágio da Nau Corveta
Em 1983, uma corveta (Corveta Ipiranga V 17) – espécie de navio bélico de porte médio – chocou-se com a Cabeça da Zapata, uma rocha próxima a Fernando de Noronha. Ela afundou em cerca de oito horas.
A embarcação submergiu em posição de navegação e ficou relativamente bem preservada. Além disso, conta com o cuidado de mergulhadores e escolas de mergulho.
Várias portas da Corveta estão abertas, o que permite que os mergulhadores certificados adentrem o navio em diversos pontos. Há, inclusive, a possibilidade de vislumbrar motores, geradores e até um telégrafo.
Naufrágio do Thetis
A fragata inglesa Thetis era utilizada para recolhimento de impostos e carregava quantidade expressiva de ouro. A embarcação naufragou no ano de 1830, levando consigo cerca de 810 mil dólares em barras de ouro. Mesmo depois de resgates, 20% da quantidade de tesouro no fundo do mar brasileiro ainda esperam por recolhimento.
Atualmente, pouco do Thetis está de pé, mas é possível contemplar algumas munições, corrente, canhões e outros destroços do navio.
Para visitar este e outros vários naufrágios, como o Teixeirinha e o Dona Paula, o turista precisa visitar Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.