Comuna 13 – marcada por mortes e muito descaso social e que hoje está renascida
Antes de ir a Medellín, preparei um roteiro simples, mas que englobava TUDO o que eu queria conhecer (na verdade ficou faltando um lugar ainda, o que me faz ser obrigada a voltar haha) e nele de jeito nenhum faltaria a Comuna 13.
Uma amiga brasileira que mora em Bogotá, me indicou um grupo para conhecer a comuna e fazer o tour do graffiti e de cara fechei o passeio com eles.
Pra quem não conhece a Comuna 13, é uma comunidade muito grande, com cerca de 20 bairros dentro dela. Essa comunidade sofreu com muitas operações policiais em tempos onde o narcotráfico “reinava” na Colômbia.
Ainda farei um artigo COMPLETO sobre os atos passados na Comuna 13, com relatos de pessoas da comunidade e mais precisamente do nosso guia do tour que fizemos, além de ações como Orión e Mariscal.
Durante a pandemia, infelizmente o tour foi cessado, claro, com toda a paralização mundial e muita gente antes do problema de saúde pública já visitava a comuna. Após a abertura de tudo e reativação do turismo, são quase 10 mil pessoas que circulam pela Comuna 13 em um único fim de semana.
No tobogã – Arquivo pessoal
Nisso, claro, reativa a circulação de moeda internamente pois, há muitos comércios locais. E ali se vende de tudo! Há muitas galerias de artistas da própria comuna e colombianos renomados.
E se você quer de fato conhecer a Comuna 13, prepare as pernas. São muitas escadas, muitos caminhos a percorrer a céu aberto (vale muito a pena).
Lá há as famosas escadas elétricas (inauguradas em 2011), que você pode chegar por ali, e seguir seu passeio. No nosso caso chegamos por outro lado e descemos pelas escadas.
Nosso tour do Graffiti
Para realizar o Graffiti o ideal é fazer o pagamento adiantado, como uma reserva, já que o número de pessoas a realizar o passeio é alto e assim, se disponibilizam guias.
Fizemos o passeio com um centro cultural chamado Casa Kolacho, por Whatsapp, fiz o pagamento (todos pagamos), enviei os comprovantes e agendamos a data e horário do passeio, que dura 3 horas.
Obtivemos a informação que os passeios são realizados nos horários de 09 da manha e as 13 hs, com toda a instrução necessária de onde se encontrar com o guia.
Sobre o valor, pagamos 35 mil COP, mas se for necessário guia em inglês o valor muda, passando a 55 mil COP. Importante ressaltar que os valores mencionados são por pessoa.
Nos encontramos na estação de Metro San Javier, de lá pegamos um ônibus até a Comuna 13 (coisa de 10 minutos) e não houve custo.
Chegamos na Comuna, paramos para pegar uma água e seguimos caminho.
Há uma parte em que em meio as escadarias há um mini tobogã! E faz muito sucesso!!
São realizadas várias paradas durante o passeio, o guia conta toda a história da Comuna 13 até os tempos atuais, sobre a insegurança no passado e a atualidade, onde além de ser uma das mais seguras é um ponto turístico importante não só para a cidade de Medellín, como para toda a Colômbia.
É muita cultura e muita história para um passeio e é impossível imaginar o que acontecia ali, nos anos 80 e 90. A tristeza, as mortes e toda a desgraça, não só por parte dos narcotraficantes, mas pelo descaso por parte do governo colombiano.
Hoje a Comuna 13 é outra, um lugar colorido pelos graffiti, cheio de vida e claro, mesmo com problemas sociais, faz a gente que vive ali, de fato viver!
Além disso, com tantos turistas presentes, você consegue sentir a imensidão do projeto do tour e também a grandeza da vida ali da comunidade. Um povo muito sofrido que superou as barreiras do preconceito e da violência, com a união.
Aliás, no nosso passeio, podemos identificar pessoas vindas do Brasil, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda e Austrália. É a Colômbia e o povo colombiano divulgando ao mundo que tudo o que ainda pensam (infelizmente) da Colômbia, não existe mais.
Curiosidades:
* As escadas elétricas beneficiaram cerca de 20 mil moradores da comunidade, que antigamente tinham que subir cerca de 350 lances de escadas (mais ou menos um prédio de 24 andares).